Alucinação II


Alucinação II


Vem por mim, cavaleiro de armadura de plástico

E espada de preconceito, vestido de futurista

Há um cantinho do mundo que não conquistaste

Ergue castelos de cartas, reveste-os a ouro verde

Convida-me para entrar. O custo? Não mais que a alma

Quero correr o tapete de sangue vermelho

Rodopiar nas nuvens com cheiro a tabaco de menta

E perfume de chocolate negro derretido

Ser tua vil companheira, bruxa má, rainha de paus

Num naipe com símbolos de cifrões, à antiga

Vem por mim, criatura febril de rosto frio

Que sou eu fria de rosto febril, completemo-nos!

Manchar de ganância líquida a água em que te banhas

E dá-las em cristal turvo a beber ao pobre povo

Cresçamos! Em dois milénios e nada se aprende aqui!

Guerrinhas de soldados é brincadeira de criança

Ilusões de estrelas e seres de outra cor é insano

Venham matar os sonhos na sede real do poder!

Todos nascemos para morrer. Pois vivamos!

Cavaleiro, ai, cavaleiro, muito se queixa esta gente

Palavras são desnecessárias. Vençam os números!

Corruptas almas hipócritas que sonham com o céu

Ele é aqui! Ele é aqui! Matem-se! E permaneçam mortos!

Quero ver que salvação vos dá quem vos deixa morrer

À fome e ao frio, à peste e à humanidade, que consome

Suga e esvaía, até serem cadáveres ambulantes

Oh, cavaleiro! Cavaleiro! Mostra-lhes! Tem-me!

Sem pudor, não o escondam! Ao menos honestidade

A verdade aos olhos do mundo será revelada

Se é ela negra, vil e asquerosa, a culpa é nossa

E o proveito também, Ha ha ha ha!

Cavaleiro!

Veste a bata branca e traz-me um termómetro!

O mundo enlouqueceu


Raquel Martinez Neves

21-Abr-10

1 comments:

foi o mundo k elouqueceu ou foste tu? hahahahaha