Perda

Perda

É cruel
É revoltante
É a vida
Ter e perder
Agarrar e largar
Rir
E chorar
Saber que num dia
Tudo pode mudar
E não o ver
Tentar esquecer
Para depois
Olhar em frente
E descobrir
Vazio
Silêncio
Solidão
E olhar para trás
E encontrar
Tempo perdido
Saudades
Memórias
E muitas lágrimas
Um passado
Sem importância
Que agora é vital
Quando o essencial
Se derrama em sangue
E a terna voz
Se extingue para sempre
E a esperança
Larga a vida
Foge com a morte
Trai o coração
E deixa a certeza
De que erramos
Que poderia ser diferente
E as últimas palavras
Não seriam de tristeza
Mas de amor
Não seriam um adeus
Mas um amo-te
E as lágrimas
Dolorosas
Seriam sorrisos
Brilhantes
Que resplandeceriam
Nos olhos baços
Que se abririam
Com eterna sabedoria
E diriam que perdoavam
O que não fora dito
E o que não fora feito
Pois o amor
Esse fora sentido
E a dor
A dilacerante perda
Fora sofrida
Com arrependimento
E desejo de mudar
De voltar atrás
E de impedir o anjo
De partir

By Butterfly

I hOpe yOu dOn't lOse yOu angel, my friend
gOod luCk

Consciência

Consciência

Consciente
Ou talvez não…
A voz vai fugindo
E as pedras
Rolando no chão
Pedaços de corpo
Mente
E coração.

Consciente
Porquê?
Sorriu no irreal
Pois a verdade
Serve para quê?
É cruel e fria
E magoa
Quando se vê

Consciente
Sim e não…
Assim não sonho
E oiço as palavras
Da minha canção
Perco-me
E encontro-me
Na palma da mão

Consciente
Talvez a dormir
Tudo é tão certo
E a mentira
Faz-me me sorrir
Embalada,
Não sinto a dor
O calor a fugir

Consciente
Só se quiser chorar
Os olhos sem cor
Brilham
Sob a magia do luar
Resistem à vida
E às lágrimas
Que a morte irá perdoar

Consciente
Se for demasiado consciente
A consciência ganha a consistência
De uma vazio bloco de gelo
Consciente de que se consciencializou
De que a inconsciência que rege o mundo
A sua consciência conquistou

By Butterfly

Liberdade

Liberdade

Sorrio
Tenho liberdade para tal
Choro
Só preciso de ter lágrimas
Rio
Basta me apetecer
E abraço
Beijo
Quero
Desejo
Liberdade é poder escolher
E escolho-te a ti
E ao mar
Ao céu
À terra
E às cores que pintam o Universo
Pois amo
Aprecio
Gosto
E me encanto
Sou livre de o dizer
Livre de o sussurrar
À noite
Livre de o gritar
De dia
Livre de o saber
Eternamente
Livre
Para correr
Saltar
Olhar
Ouvir
E sentir
Desde que haja liberdade
E meu coração bate mais depressa
O sangue fervilha
A voz foge
Os movimentos fluem
Pois liberdade
É poder sonhar
E viver o sonho
É conseguir imaginar um mundo
Sem prisões e regras
E abrir os olhos
E encontrá-lo
Liberdade
É sorrir porque se quer
E não porque se é capaz
Liberdade
É não chorar
Não por falta de lágrimas
Mas por falta de razões

By Butterfly

Luz

Luz

Rasgo de luz
Brilho indistinto que te atrai o olhar
Leve carícia que te afaga o rosto
Inocente… Pura…
Afasta teu mundo da escuridão
Do abismo do medo
Da frieza que é a ausência do calor
Terna luminosidade
Que te lembra que estás vivo
E te mostra as cores da vida
Eterna e incomparável
Penetra no negro vazio de teu quarto
Pelo pequeno buraco da janela
E de tão insignificante
Torna-se grandiosa
Repele a dor e a morte
Aquece teu fraco coração
E do nada nasce a esperança
Como o Sol a radiar no horizonte
Depois de uma noite sem estrelas
E sem luar…
Pois luz é vida
E luz é cor
Luz é um sorriso brilhante
Que abre as portas ao amor

By Butterfly

Rainbow

Arco-Íris

Serias capaz de ver
Para além do real?
Céu que se colora naturalmente
Azul, rosa e lilás

Serias capaz de chorar
Sem ninguém te ver?
Alma que se castiga sozinha
Alva, nívea e branca

Serias capaz de ouvir
O que não se pode dizer?
Mundo que se condena por egoísmo
Vermelho, rubro e encarnado

Serias capaz de gritar
O que ninguém quer ouvir?
Vida que esconde as verdades
Verde, oliva, dourado

Serias capaz de fugir
Com o sol e a lua?
Espírito que sonha inutilmente
Laranja, amarelo e violeta

Serias capaz de sofrer
Para viver na ilusão?
Humanidade que não vê cores
Escura, negra e preta

By Butterfly

Insane

Insanidade

O sangue flui como num rio
A cabeça gira num tornado
Os olhos fecham-se eternamente
Meu peito está condenado
Seu batimento acelera com a louca
A adrenalina torna-o culpado

Gritos ecoam na minha mente
Sombras turvam-me a visão
Vejo teu rosto frio de morte
Não oiço o bater do coração
Elevo os braços para te agarrar
Foges no meu esforço em vão

Meu corpo vibra no ar
Possesso com a perda do amor
Caio, quebro-me e não me magoa
Nada supera aquela dor
Rasga-me a pela, despedaça-me a vida
Como fogo queimando-me com seu calor

Quem sou? Que sinto?
Alma entregue à maldade
Que sofre, que grita
Espírito morto de saudade
Que te quer e te perdeu
E se rende à insanidade

By Butterfly

Tears

Lágrimas

Turvas
Como água do mar
Frias
Como corrente de ar
Transparentes
Como bola de cristal
Ardentes
Como pedaços de sal
Suaves
Como brisa ao luar
Tristes
Como não saber amar
Delicadas
Como pele de mulher
Belas
Como um malmequer
Carentes
Como coração partido
Inúteis
Como desejo perdido
Ácidas
Como eterna dor
Amargas
Como escapar ao amor
Dolorosas
Como inquebrável punhal
Brilhantes
Como espelho de metal
Límpidas
Como criança a rir
Puras
Como rosa a florir
Vivas
Como luz solar
Mortíferas
Como ferida a sangrar
Cortantes
Como morrer num segundo
Inocentes
Como o fim do mundo

By Butterfly

Fascínio

Fascínio

Terna mão gelada
Que acaricia o fogo
Suspiro de voz calada
Que espera os gritos

Impaciente corpo frágil
Que te quer somente
Lábios brancos de frio
Que anseiam a boca quente

Suave pele de veludo
Que é rasgada na paixão
Trémulo olhar mudo
Que cega o coração

Relógio impaciente
Que deseja parar o tempo
Rosto rubro de amor
Que se ri ao vento

Páginas de histórias eternas
Que a tua irão contar
Negras rosas de pranto
Que pecam por matar

Segredos sem cor
Que serão o arco-íris
Memórias de dor
Que abrirão teu sorriso

Soberba luz solar
Que brilha na noite
Encanto do mágico luar
Que recorda o meu fascínio.

By Butterfly

Delírio

Delírio

Ecoam na minha cabeça
Vindas de outra vida
Vindas de outro mundo
Turvam-me a visão
Rasgos de um passado
Distante como o céu
Sufocam-me
Roubam-me o ar
Sugam-no cruelmente
Levam-me a alma
E deixam partidos pedaços
De um pobre coração
Que outrora batia
Quase que saltava do peito
Quando via aquele olhar
A cor extinta
O silêncio gritante
Para onde foi a vida?
Para onde foste tu
Sol da minha vida
Lua na minha morte
Esquecida neste pesadelo
Perdida na dor
Entre os candeeiros da rua
Que jamais brilharão
Como as minhas estrelas
Sozinha na escuridão
Com memórias de pó
Tão leves que voam
Tão frágeis que se quebram
Sem ti
São o reflexo de um espelho
Vazio, partido
Baço e velho
Sem ti
São amargas
As memórias doces
De um mundo a cores
De uma vida que não esta
A preto e branco
Com sabor a morte
Com textura de saudade
E tão negra
Como o buraco em que caí
Quando esperava ver
O teu belo sorriso
E simplesmente
Nunca mais o vi.

By Butterfly

To you, my friend

Para ti, amiga

O ar à minha volta torna-se pesado
Um insuportável angustia toma conta de mim
Sento-me a sufocar lentamente
Não consigo viver mais assim

Criou-se uma triste situação
Que de tão disparata tornou-se irreversível
Só queria que tudo voltasse a ser como era
Uma amizade pura e indiscutível

Talvez a culpa tenha sido minha
Mas aquilo que eu sou não dá para mudar
E a tua atitude para comigo também não foi a melhor
Porém não estou aqui para te culpar

Queria-te agradecer
Pela paciência e pelo tempo que dispensaste
Pelas palavras de apoio e conforto
Pela importância que me dedicaste

Antes compreendíamo-nos
Partilhávamos projectos e segredos
Depois vieram as divergências
E deixamos esta amizade invadir-se de medos

Queria pedir-te desculpa
Pelos insultos e críticas
(Mas não fui corajosa o suficiente
E as palavras perderam-se na minha mente)

Mais de uma ano depois
Encontrei este poema no fundo da gaveta
Lembrava-me que era para ti
Mas o tempo apagara a mensagem da minha letra

Já não fazia sentido
Aquele conflito simplesmente desaparecera
Como e porquê não faço ideia
Mas a amizade permanecera

Hoje é do que mais me orgulho
Saber que mesmo longe, estás perto
E que jamais te esquecerei, amiga
Isso, é mais do que certo!

By Butterfly (07)

Does it hurt?

Uma Questão De Dor

Dói?
É aquela indiferença que não passou despercebida.
Aquele olhar que olha mas não vê,
Aquela atitude que te deixa perdida.

Mas dói mesmo?
É porque te viu mas fingiu o contrário.
Não te acharam digno de importância,
Talvez tenham virado as costas ou feito algum comentário…

Sentes aquela dor dentro do peito?
Então foi alguém importante…
Família, amigos, uma pessoa amada.
Aqueles para quem jamais serias irrelevante.

Uma dor tão forte que te faz chorar?
É porque ninguém gosta de ser ignorado…
Sentir que não há pessoa no mundo que te queira.
Saber que nada fizeste para desta maneira seres castigado!

Dói onde nunca pensarias que doesse?
É que a dor vence todas as barreiras,
Atinge-te em cheio no coração,
Faz-te sofrer de várias maneiras!

Uma estranha dor que ninguém vê?
Porque ninguém se apercebe do mal que te está a fazer.
Não vêem que tu vês aquilo que nem eles vêm,
Não sabem que falta de atenção faz doer!

Dor que não consegues explicar?
Também a dor não se explica, sente-se.
É como os sentimentos que a provocam,
Não se diz como se ama, simplesmente ama-se!

E porque dói tanto?
Porque tu precisas de amor.
Porque amas e queres que te amem.
Porque a falta de amor não é ódio ou indiferença, é dor!

By Butterfly (Jun. 07)

Why, mãe?

Porquê, mãe?

Porque é que sorrimos quando estamos felizes?
E choramos quando estamos tristes?

Porque é que custa tanto dizer “amo-te”?
E pedir desculpa?

Porque é que não conseguimos superar este estúpido orgulho,
Mesmo que estejamos a sofrer?

Porque é que não podemos voltar atrás?
E porque é que é tão difícil remediar os erros?

Porque é que as palavras custam a sair,
Mesmo que tenhamos necessidade de as dizer?

Porque é que não conseguimos mudar?
E ser melhor, mais educados e humanos?

Porque é que quando magoamos alguém,
Quem chora somos nós?

Porquê ter medo quando já perdemos tudo?
E porquê engolir as palavras em vez de falar?

Porquê escondermo-nos, fingir que o problema não existe,
Se mais tarde ele volta para nos assombrar?

Porque é que dói tanto sentirmo-nos sozinhos?
E porquê chorar se a culpa também é nossa?

Porquê o orgulho, o medo, a vergonha, a dor?
E porque é que tudo isso se sobrepõe ao amor?

Porquê tantos receios quando apenas te quero dizer:
“Desculpa-me, mãe”?

By Butterfly (07)

Reason vs Heart

Razão vs Coração

(As melhores cartas
São as que têm destinatário
As mais belas
São as que nunca chegam ao seu destino
Está será uma delas)

Poderia dizer que o meu coração
Bate mais depressa quando te vê
E que penso sempre em ti
Sem saber bem porquê

Bem sei que te mentiria
Porque até salta do peito o meu coração
E porque estás presente
Quer seja sonho ou ilusão

Agradáveis são os momentos
Em que desfruto de toda a tua atenção
Mas confusos são os sentimentos
Gosto de ti: sim ou não?

Até ao céu chegaria a lista
Do que mais odeio em ti
Malditos sejam os anjos
Que põem os meus sentimentos contra mim!

Preconceituosa e perfeccionista
Está de um lado a razão
Opondo-se tão cruelmente
Ao meu carente coração

Valerão aqueles sorrisos
Todos os riscos a correr?
O coração deseja-o ardentemente
A razão nem quer saber

Por muitas incertezas que se coloquem
Tudo depende só de ti
Será tu a afastar os medos
Que há tanto tempo tomam conta de mim

Para isso é preciso que tu sintas
O mesmo que eu sinto por ti
Pois sei que se isso não acontecer
Este sentimento morre aqui

Talvez seja por isso
Que a dúvida invade as nossas mentes
De que serve, os sentimentos
Se pertencemos a mundos diferentes?

Sei que o tempo dirá
O que ainda não foste capaz de dizer
Só queria saber se o sentimento que criaste
Matará o meu sorriso fazendo-me sofrer

‘Cause I don’t like you like you are
I just like the way you make me smile

By Butterfly (Out. 07)